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“Terá o fim o mundo?”

  • Foto do escritor: José Alberto Tostes
    José Alberto Tostes
  • 5 de mai. de 2020
  • 6 min de leitura


Nesse período de isolamento social, o que mais tem auxiliado as pessoas, sem sombra de dúvida, tem sido o maravilhoso acervo de obras digitais e os filmes disponíveis, existem alternativas para todo o tipo de gosto, e de percepção. O que seria da sociedade sem os autores e produtores de obras que marcaram época em décadas passadas ou até mesmo, em períodos recentes.


Todo autor quando escreve, procura um enredo para ilustrar para o público um pensamento ou um conjunto de ideias importantes, visa basicamente o exercício do pensar, de permitir a melhoria sobre a maneira como conduzimos as nossas convicções. Por esse motivo, o título desse blog se chama: pensar é pura energia. Todos os dias, na condição de pesquisador procuro enfatizar temas que despertem no público, a real necessidade sobre o que está acontecendo com o mundo nos dias de hoje.


Dentre as obras lidas nos últimos dez dias, tive a felicidade de retomar a leitura de romance mediúnico espírita, o título: Mensageiros de Luz, consegui essa obra através do Clube do Livro, no Grupo Espírita Missionários da Luz, geralmente esse tipo de livro a leitura é bem mais acessível para o público. E qual a relação do título desse artigo com a obra citada? Mensageiros de Luz, tem 16 capítulos, e, é exatamente no último capítulo que chegamos ao nosso tema: “Terá o fim do mundo” o tema, é na realidade o título de uma palestra pública realizada no Centro Espírita citado na obra.


É interessante quando se fala da palavra fim, há um peso psicológico sobre a etimologia da palavra, tudo por conta do que significa em nossa cultura, o sentido de fim. De acordo com os cientistas e estudiosos de Filosofia, o fim do mundo é um evento futuro hipotético que tem o potencial para prejudicar ou extinguir a humanidade e/ou qualquer outra forma de vida no planeta Terra.


A visão da ciência é racional, entre os potenciais riscos catastróficos globais estão, entre outros, uma inteligência artificial hostil, as armas de nanotecnologia, as alterações climáticas, a guerra nuclear e as pandemias. Pesquisadores têm dificuldade em estudar a extinção humana diretamente, uma vez que algo assim nunca aconteceu. Apesar disto não significar que a extinção humana não vai acontecer no futuro, criar modelos de riscos existenciais é algo complexo, em parte devido ao viés de sobrevivência, é a visão de estudiosos que analisam os fatos a partir dos riscos praticados pelos homens através de diferentes instâncias de poder (Bostrom, 2002).


Segundo Bostrom (2008) a ciência vai além: “ diz que, de acordo com astrônomos, a Terra deverá durar por pelo menos mais 5 bilhões (5 × 109) de anos antes do sol tornar-se uma gigante vermelha. Devido à perda de massa do sol, a Terra sairá de sua órbita, distanciando-se do mesmo. O imenso calor evaporará os oceanos, transformando a Terra num deserto poeirento, bastante parecido com o planeta Marte mas com um clima semelhante ao de Vênus. O sol posteriormente se transformará numa anã branca, incapaz de fornecer uma quantidade mínima de calor necessária à manutenção da vida.” Bostrom, Nick (2008). Global Catastrophic Risks (PDF). [S.l.]: Oxford University Press. p. 1.


A ciência sempre deverá ter uma versão lógica a partir de fatos hipotéticos de observação sistemática e que, portanto, irá obedecer a um parâmetro racional da compreensão de fenômenos essencialmente físicos, ou seja, materiais. A frase “O fim do mundo” tem diferentes versões de análise se correlacionarmos com a Filosofia e as distintas visões religiosas, o termo mais conhecido e empregado é a palavra Apocalipse.


Segundo Larkin (1919) a palavra apocalipse, é origem grega, significa "revelação", formada por "apo", tirado de, e "kalumna", véu. Um "apocalipse", na mesma terminologia do judaísmo e do cristianismo, é a revelação divina de coisas que até então permaneciam secretas a um profeta escolhido por Deus. Por extensão, passou-se a designar de "apocalipse" aos relatos escritos dessas revelações, que constituem um gênero literário próprio (literatura apocalíptica). Devido ao fato de, na maioria das bíblias em língua portuguesa se usar o título Apocalipse e não Revelação, até o significado da palavra ficou obscuro, sendo às vezes usado como sinônimo de "fim do mundo". Clarence Larkin The Book of Revelation (1919).


Portanto, o fim de tudo é sedutor porque o ser humano se apega demais as questões essencialmente materiais, se impressiona rapidamente, gera impactos de todo o tipo no comportamento humano. As variáveis sobre questões espirituais com maior abordagem da ciência são recentes. Até a década de 1970, a relação entre ciência e questões espirituais ficavam dentro de uma visão puramente mística, ou seja, são exercícios filosóficos e hipotéticos.


A questão é, o que leva o ser humano a ser tão seduzido pela ideia do fim? Na doutrina espírita no capítulo: Há muitas moradas na casa do Pai, Alan Kardec, descreve que a casa do Pai é o universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito [....]. Independentemente da diversidade dos mundos essas palavras de Jesus podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade [....]. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo, cap. 3, item 2.


Tais palavras foram proferidas durante a última ceia de Jesus, antes do seu martírio e crucificação. Fazem parte do conjunto das derradeiras instruções que o Mestre prestou aos discípulos, cuja tônica é despedir-se dos irmãos e irmãs que lhe compartilharam a existência durante os três anos em que pregou o seu Evangelho, e firmar, mais uma vez, seu amor e compaixão por toda a Humanidade. O inequívoco sentimento de esperança, presente na exortação de Jesus, segundo o registro de João, manifesta-se na forma de um apelo que solicita aos seus seguidores manterem a fé na assistência do Criador Supremo e, também, nele, o Messias celestial. (Ver o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 03).


E de acordo com o Evangelho Segundo Espiritismo, essa passagem do Evangelho nos mostra bem a distinção que devemos pensar do pensamento puramente racional e o processo evolutivo espiritual. “As moradas da casa do Pai”, expressão cunhada por Jesus, é muito conhecida dos espíritas por representar um dos princípios da Doutrina Espírita. Tal ensinamento evangélico abrange, a rigor, três ordens de ideias. A primeira refere-se à pluralidade dos mundos habitados no Universo. A segunda indica as regiões ou esferas vibracionais existentes no mundo espiritual para onde iremos após a desencarnação. A terceira tem relação com os níveis ou graus evolutivos (“moradas”) de cada Espírito, independentemente do plano de vida em que se situe.


Portanto, a Terra é um dos mundos, entre tantos pluri habitados, é uma escola para reeducação dos espíritos mais inferiores que necessitam de aperfeiçoamento, sendo assim, somente as imperfeições justificam o que Homem faz com o próprio Planeta Terra, fruto de sua condição imperfeita. Tais explicações são importantes porque nos auxiliam a entender mais profundamente o significado da frase, é “o fim do mundo?” Então, a pergunta para refletirmos é: de que mundo? Se existe a pluralidade dos mundos de acordo com a Doutrina Espírita. Se a questão é essencialmente da Terra, os próprios espíritos colocaram para Kardec, quando todos os espíritos tiverem alcançado a redenção no seu processo evolutivo moral, a Terra terá cumprido o seu proposito maior.


Todo esse pensamento analítico é para retornarmos a palestra pública realizada no Centro Espírita, no livro: Mensageiros de Luz. A palestrante ao iniciar sua palestra, após cumprimentar o público, diz : “segundo a Doutrina Espírita, Jesus predisse o fim do mal reinante na Terra, e não o fim do mundo e, consequentemente da Humanidade, por qualquer meio catastrófico. Assim, quando todos os humanos se confraternizarem através dos conhecimentos e dos praticados ensinos crísticos, virá o fim, isto é, o fim do sofrimento humano, de vez que o homem sofre as consequências de seus próprios erros, gerados pela força do mal. Ora se todos, independentemente de cor, religião ou posição social se irmanarem e viverem dentro das leis que regem o amor entre as criaturas, certamente virá o fim de suas dores. Segue a palestrante dizendo: “ Ao se iniciar o Terceiro Milênio, espíritos lúcidos estão pregando por toda parte, que se aproxima uma nova fase da vida para a humanidade. Esta profecia, agora trazida pelo espírito de Verdade, está se cumprindo sob nossas vistas.”


“ Os tempos são chegados e o fim se aproxima, não “o fim do mundo”, mas o fim do mal sobre a Terra. Muito em breve, passará da categoria de “mundo em expiação de culpas” para o mundo de regeneração”, então virá o fim.” ( Ver o Romance mediúnico espírita, Mensageiros de Luz, Zélia Carneiro Baruffi pelo espírito de Celmo Robel, cap. 16. Terá o fim do mundo, Páginas 138 a 143.


O que podemos concluir nesses tempos de pandemia em relação ao que está passando na Terra nesse momento? Primeiro, é preciso trabalhar as enfermidades da alma, um segundo aspecto, dar maior valor ao processo de evolução espiritual, equilibrar melhor as necessidades materiais de acordo com o que você precisa. Quando pensamos que tudo é o fim, na realidade é apenas o recomeço. A Terra é uma escola, das tantas que existem nos mundos pluri habitados.


Créditos de imagens www.pontokraftor.org.br


 
 
 

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