O limite da Ciência para conhecer o espaço Universal Infinito

Um dos temas mais interessantes que desperta no Homem é o espaço universal. Esse item está descrito, na página, 85 a 93 do Livro dos Espíritos, capítulo II – Elementos Gerais do Universo. Aqui no artigo, irei destacar algumas questões do capítulo que nos auxiliam a entender melhor a natureza do tema.

A primeira questão é a de número 17. É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?

“Não, Deus não permite que tudo seja revelado ao homem neste mundo.”

Na pergunta 19, Kardec indaga: Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns segredos da Natureza? “ A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.” Sobre a resposta Kardec, comenta o seguinte: “ Quanto mais é concedido ao homem penetrar nesses mistérios, tanto maior deve ser a sua admiração pelo poder e sabedoria do Criador. Mas, seja por orgulho, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz, muitas vezes, joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdades e quantas verdades repeliu como erros. São outras tantas decepções por orgulho.” ( Alan Kardec. Livro dos Espíritos. Capítulo II. Elementos Gerais do Universo. FEB Editora. Pp. 85 a 93).

Entre a pergunta, a resposta dos espíritos, e o complemento da comentário de Kardec, podemos avaliar que a Ciência é uma benção de Deus, todavia, o homem ainda por conta de suas imperfeições se deixa levar por sentimentos que são nocivos não somente para ele próprio, mas também para toda a coletividade. A história está recheada de exemplos de como a Ciência foi utilizada para ações maléficas, como a produção de armas biológicas e nucleares, tudo para obter vantagens de poder, e subjugar outros povos. O lançamento das bombas durante a Segunda Guerra Mundial em Nagasaki e Hiroshima, evidenciam fortemente, o orgulho de seres que, ainda não compreendem o significado do que representa a Ciência para o desenvolvimento físico e espiritual.

Na pergunta 26, a questão: Poder-se-á conceber o espírito sem a matéria e matéria sem espírito? “ Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento.” O complemento entre essa pergunta e resposta, está na questão 27. Haveria, assim, dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito? “ Sim, e acima de tudo Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas. Esses três elementos constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material é preciso juntar o fluído universal, que desempenha o papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora sob certo ponto de vista, se possa classificar o fluído universal como elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se fosse realmente matéria, não haveria razão para que o espírito também não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria e suscetível, pelas suas inúmeras combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que não conheceis senão uma ínfima parte. Esse fluído universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e jamais adquiriria as propriedades que a gravidade lhe dá.” ( Alan Kardec. Livro dos Espíritos. Capítulo II. Elementos Gerais do Universo. FEB Editora. Pp. 85 a 93).

Podemos avaliar que a resposta dada pelos espíritos, nos mostra, o quanto, a questão do universo é infinito, pois o próprio homem acredita pelo seu estado de ignorância que, o conjunto do universo, somente a Terra é habitada. Na realidade, tal afirmação descrita pelos cientistas é basicamente fundamentada na condição da matéria no limite como a Ciência conhece. Como foi dito na primeira questão abordada no artigo, Deus não deu ao homem a liberdade infinita, por conta da condição de sua imperfeição moral.

As duas últimas questões selecionadas, são a de número 35 e 36. Sobre a questão 35. O espaço universal e infinito ou limitado? “ Infinito. Supõe limites para ele: o que haveria além? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na vossa pequena esfera que podereis compreendê-lo.” Kardec, comenta: “ Supondo-se um limite ao espaço, por mais distante que o pensamento o possa conceber, diz a razão que além desse limite há alguma coisa e assim, gradativamente, até o infinito, porque, mesmo que essa coisa fosse o vazio absoluto, ainda seria o espaço ( Alan Kardec. Livro dos Espíritos. Capítulo II. Elementos Gerais do Universo. FEB Editora. Pp. 85 a 93).

Na pergunta seguinte de número 36. O vazio absoluto existe em alguma parte no espaço universal? “ Não, nada é vazio. O que te parece vazio está ocupado por uma matéria que escapa aos teus sentidos e aos teus instrumentos.”

Entre as perguntas feitas e o comentário de Kardec, os espíritos explicam o que os homens não conseguem, ou seja, a matéria como nos conhecemos na Terra, não é suficiente para explicar todos os desígnios existentes no universo. Vários lugares são pluri habitados por seres, mas não com a composição orgânica que conhecemos. O Planeta Terra é uma escola de reeducação espiritual e portanto, estamos em processo de evolução para compreender a nossa própria essência.

Seria uma prepotência, acreditar que existisse o vazio absoluto, e como dizem os espíritos: “nada é vazio”, toda a composição física da matéria na Terra e os conhecimentos do homem através da produção da Ciência, não estão estendidos para entender ainda o espaço infinito. Deus em sua infinita sabedoria, deu ao homem a capacidade de agir através da liberdade, de ter o Livre-Arbítrio para avançar no progresso e na escala espiritual.

Até o final do século XIX, considerado um período promissor de desenvolvimento da Ciência, todos os postulados acadêmicos estavam rigorosamente voltados para a essência da evolução através da matéria. Alan Kardec com a codificação da Doutrina Espírita, esclarece através dos espíritos que existe algo que vai muito além somente da condição material, que é o espírito, o “ O princípio inteligente do universo.”

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