top of page

O difícil ato de perdoar

  • Foto do escritor: José Alberto Tostes
    José Alberto Tostes
  • 13 de jun. de 2020
  • 5 min de leitura

Um dos atos mais difíceis para milhões de pessoas, é perdoar. E por que é tão difícil exercer o perdão? Existem três passagens do Evangelho Segundo Espiritismo, todas são citações do evangelista, Mateus. São reflexões importantes para que possamos compreender o significado do perdão.

1. “Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia.”

MATEUS, 5:7

2. “Se perdoarem aos homens as faltas que eles cometerem contra vocês, também o Pai celestial perdoará os seus pecados; mas, se não perdoarem aos homens quando os tenham ofendido, o Pai celestial também não os perdoará.”

MATEUS, 6:14 e 15

3. “Se seu irmão pecou contra vocês, vão fazê-lo sentir a falta em particular, a sós com ele; se ele os atender, terão ganhado o irmão”. Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro “Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando ele tiver pecado contra mim? Até sete vezes?”. Jesus lhe respondeu “Não digo que perdoem até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

MATEUS, 18:15, 21 e 22

Na página 103 do Evangelho Segundo Espiritismo – Capítulo 10. Perdoem, para que Deus os perdoe. Há uma importante passagem que nos convida a refletir mais profundamente sobre o tema. Aqui descrevemos o trecho completo:

“Ai daquele que diz “nunca perdoarei”. Esse, se não for condenado pelos homens, será por Deus. Com que direito ele reclamaria o perdão de suas próprias faltas, se não perdoa as dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete. No entanto, há duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma — grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto —, que, com delicadeza, evita ferir o amor-próprio e a irritação do adversário, ainda quando este último não possa ter nenhuma justificativa; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que tal se julga, impõe condições humilhantes ao outro e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a todo mundo “vejam como sou generoso!”. Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há generosidade aí; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. Em toda discussão, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza d’alma receberá sempre a simpatia das pessoas imparciais”. ( Alan Kardec. Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo 10. Perdoem, para que deus os perdoe. FEB Editora. Pp. 103.)

O trecho do Evangelho, nos convida a pensar sobre o ato do perdão. Para tal, precisamos pensar, o que antecede o ato de perdoar? Quase sempre são sentimentos inferiores, como orgulho e o egoísmo. Há centenas de exemplos de situações em família que poderiam ter sido evitadas se um dos lados, tomasse a iniciativa em perdoar. Essa tarefa, requer trabalhar os sentimentos, pois somos levados por turbilhão de sentimentos que “explodem” em frações de segundos.




Jesus nos ensinou através de inúmeros exemplos sobre a questão do perdão, condição que está diretamente relacionada com o amor fraterno. A Doutrina Espírita nos ensina que, quanto mais trabalhamos pelo nosso aperfeiçoamento moral, e trilhamos no caminho do bem, gradualmente vamos eliminando as atitudes e comportamentos que não condizem com os bons exemplos do mestre.


O perdão está diretamente relacionado com a nossa condição evolutiva, se não buscamos essa condição é porque ainda estamos completamente envolvidos, no plano terreno por paixões e delírios que as coisas materiais nos proporcionam, e quando absorvidas sem limites. É bom lembrar que, estamos no plano terreno para avançar no nosso progresso espiritual, mas ainda temos débitos de vidas anteriores a serem reparadas.

No Livro dos Espíritos no capítulo 12 - Da perfeição moral - As virtudes e os vícios, a obra nos apresenta quatro questões importantes em relação a nossa condição moral. Alan Kardec nas perguntas 893, 895, 907 e 908 indaga sobre as questões da virtude, dos vícios e das paixões, assim descritas:

893. Qual a mais meritória de todas as virtudes? “Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento

oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”

895. Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?

“O interesse pessoal. Frequentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno. “O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste

mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.”

907. Será substancialmente mau o princípio originário das

paixões, embora esteja na natureza?

“Não; a paixão está no excesso de que se acresceu à vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo

à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.”

908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más? “As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado e que se torna perigoso desde que passe a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em

resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem.” ( Alan Kardec. Livro dos Espíritos. Editora FEB. Brasília, 2007. Pp. 535 a 543)

Sobre as perguntas e respostas das questões apresentadas, estão diretamente relacionadas com a nossa condição moral. E como a virtude, os vícios e as paixões estão relacionadas com a condição do perdão? Todas essas condições estão diretamente vinculadas com o nosso desenvolvimento moral. Como já foi afirmado, as nossas maiores virtudes estão na prática do exercício do bem, ser um homem de bem, Jesus em seus ensinamentos, mostrou através de atos, como se pratica a caridade. A caridade material é importante, mas caridade moral contribui para reerguer alguém, quando nos propomos fazer o auxílio de forma fraterna.

O egoísmo, as paixões terrenas que contribuem com os vícios, só nos afasta de nosso objetivo maior, o progresso espiritual. Perdoar é difícil, porque alimentamos sentimentos inferiores, o orgulho fala mais alto, mesmo que você reconheça que errou, todavia, não toma a decisão em reparar a falta cometida.

São tantos de exemplos de histórias conhecidas, conflitos entre famílias, envolve esposos, esposas, filhos e filhas e outros membros, se separam por décadas por magoas, as vezes, por inúmeras vidas reencarnadas, tudo porque não se trabalhou o perdão, dissolvendo culpas, tais sentimentos ficam armazenados, só alimentando o desamor. Por isso, faça suas reflexões interiores a respeito do tema.

Crédito de imagens: www.edicaoms.com.br







 
 
 

Commentaires


96988010021

©2020 por Pensar é pura energia. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page