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As preces pagas e o dom de iludir

  • Foto do escritor: José Alberto Tostes
    José Alberto Tostes
  • 18 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

As preces pagas e dom da ilusão

Nesses tempos de pandemia tem sido comum ser colocado via internet através de numerosas lives, todo tipo de assunto ou abordagem espiritual, para os menos desavisados, é preciso estar atento aquilo que é propagado, em alguns casos pode gerar situações ainda mais perturbadoras para a pessoa.


O que significa as preces pagas de acordo com o Evangelho Segundo o Espiritismo? No passado e até nos dias atuais, o tema das preces pagas foi objeto de questionamentos, são inúmeras as passagens que nos mostra como esse tema era algo frequente na sociedade da época de Jesus.


Há uma passagem do Evangelho de Lucas, Marcos e Mateus que está descrito assim: “ Disse em seguida a seus discípulos, diante de todo o povo que o escutava: – Precatai-vos dos escribas que se exibem a passear com longas túnicas, que gostam de ser saudados nas praças públicas e de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos festins – que, a pretexto de extensas preces, devoram as casas das viúvas. Essas pessoas receberão condenação mais rigorosa.” (S. Lucas 20:45 a 47; S. MARCOS, 12:38 a 40; S. MATEUS, 23:14.) Ainda na passagem dos evangelistas. Disse também Jesus: “não façais que vos paguem as vossas preces; não façais como os escribas que, “a pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas”, isto é, abocanham as fortunas. A prece é ato de caridade, é um arroubo do coração. Cobrar alguém que se dirija a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. A prece, então, fica sendo uma fórmula, cujo comprimento se proporciona à soma que custe. Ora, uma de duas: Deus ou mede ou não mede as suas graças pelo número das palavras. Se estas forem necessárias em grande número, por que dizê-las poucas, ou quase nenhumas, por aquele que não pode pagar? É falta de caridade. Se uma só basta, é inútil dizê-las em excesso. Por que então cobrá-las? É prevaricação.” ( Alan Kardec. Evangelho Segundo Espiritismo. Capítulo 28. Coletânea de preces espíritas. Feb Editora, pp. 249 e 250).


Portanto, as preces pagas ou usufruto de qualquer forma de proveito dessa condição, é algo condenável aos olhos de Deus. O tema fica bem mais evidente de ser compreendido no item da coletânea das preces espiritas que explica todos os aspectos relativos aos condicionantes que envolvem os preceitos da prece. O Evangelho Segundo Espiritismo nos mostra no (capítulo 28, p.249) na coletânea das preces espiritas que: “ Deus não vende os benefícios que concede. Como, pois, um que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez nenhum resultado produza? Não é possível que Deus subordine um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que da sua misericórdia se solicite, a uma soma em dinheiro. Do contrário, se a soma não fosse paga, ou fosse insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus ficariam em suspenso.“


O Livro dos Espíritos através do capítulo das Leis Morais que; “ A razão, o bom-senso e a lógica dizem ser impossível que Deus, a perfeição absoluta, delegue a criaturas imperfeitas o direito de estabelecer preço para a sua justiça. A justiça de Deus é como o Sol: existe para todos, para o pobre como para o rico. Pois que se considera imoral traficar com as graças de um soberano da Terra, poder-se-á ter por lícito o comércio com as do soberano do Universo?” ( Alan Kardec. Livro dos Espíritos. Feb Editora, 2007. P.399). “Ainda outro inconveniente apresentam as preces pagas: é que aquele que as compra se julga, as mais das vezes, dispensado de orar ele próprio, porquanto se considera quite, desde que deu o seu dinheiro. Sabe-se que os Espíritos se sentem tocados pelo fervor de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que comete a terceiro o encargo de por ele orar, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será isso reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso?” ( Alan Kardec, Livro dos Espíritos. Capítulo 12 – Perfeição Moral, item: as virtudes e os vícios. Feb Editora, p.535).


As preces pagas também pode ser interpretadas pela condição moral do sujeito, são subterfúgios de fuga, consequências da imperfeição moral, da falta de sintonia com bons amigos espíritos e principalmente da condução de uma vida baseada somente em princípios materialistas. Sobre essa afirmação é importante ver o capítulo 21 do Evangelho Segundo o Espiritismo – Haverá falsos cristos e falsos profetas. Alan Kardec. Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo 21 Haverá falsos cristos e falsos profetas. Feb editora, pp. 205 e 205).


Então, o dom de iludir é algo muito comum nesses tempos, tal fato, só ocorre pela completa falta de vigilância dos reencarnados, a falta de fé, a vida frágil baseada em condições inteiramente fútil e banal. Quanto as preces pagas nos dias atuais, não ocorre somente com o pagamento em dinheiro como era feito no passado, mas a submissão da própria vontade gerando graves comprometimentos morais por toda uma vida ou quem sabe até por outras vidas reencarnatórias.



Crédito de imagem: www.antenormorais.com.br

 
 
 

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