A construção da educação espiritual
- José Alberto Tostes
- 24 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
A construção de uma educação espiritual
Um fenômeno interessante decorrente do mundo global e planetário, sem dúvida, é a educação espiritual, algo fundamental no desenvolvimento do indivíduo, porém, é preciso ressaltar que no contexto atual, diferente de um passado recente, de vinte a vinte cinco anos, não havia tantos mecanismos sedutores e presentes em nossa realidade que atraíssem os milhares e milhões de jovens de todo o planeta para se envolverem facilmente em redes, jogos e outras banalidades. Seria simples, se fosse algo ocasional e passageiro, todavia, foram criadas pela rede mundial de computadores atrativos sedutores, e entre esses aspectos, destacam-se: a violência, sexo e sedução.
É expressivo o número de jovens com problemas depressivos, anomalias graves de comportamento e conduta, muitos desses jovens com frágeis bases familiares, acreditam que a única alternativa seja o suicídio. No estado do Amapá, por exemplo, é alarmante o número de suicídios de jovens entre 15 a 30 anos. Os órgãos oficiais têm dado conta que muitos fatores têm contribuído para esse fim, entre os diversos motivos, estão o isolamento social, famílias desestruturadas, sem pai ou mãe, questões de debilidades financeiras e econômicas, fraquezas para lidar diante de tantas responsabilidades com idades muito jovens.
O mapa da violência no Brasil publicado no final do ano de 2017 atesta em uma pesquisa realizada por ONGs internacionais no Brasil. Que um elevado percentual de jovens brasileiros não frequentam ou não participam de nenhum movimento, associação ou entidade com fins religiosos, entre os motivos verificados, está exatamente à falta de compreensão sobre o real significado do que representa a educação espiritual, portanto, o indivíduo acredita que o sofrimento é apenas uma prova material, sendo assim, se sente injustiçado no conjunto da sociedade. Esse fato, mostra o quanto à família é importante na base de formação do indivíduo, entretanto, os jovens de hoje, diferentemente do passado, não aceitam mais imposições religiosas, de qualquer que seja a crença, fato esse, que tem sido preponderante para os números trágicos existentes no Brasil.
Com o advento das redes sociais e outros mecanismos de interação, a realidade virtual ganhou um protagonismo avassalador em relação à realidade do mundo real, não é à toa, as múltiplas dificuldades para os pais disciplinarem os filhos em relação a todos os tipos de adversidades. Nesse sentido, a escola que no passado já exerceu um papel relevante se tornou um espaço secundário quando se trata de participar mais efetivamente da construção coletiva e social.
Nas últimas décadas, houve uma preocupação justa com a questão da alimentação de alunos na escola, evitando assim, um problema grave no país que era a evasão escolar. A questão da educação espiritual não pode ser resumida a divulgação de uma crença ou a preponderância de uma doutrina, deve estar relacionada ao entendimento sobre o que significa na vida de cada um, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de natureza espiritual.
Outro fator pesquisado no Brasil de acordo com organismos internacionais, a maior parte do trabalho social realizado no âmbito puramente de caráter assistencialista, contribui para a condição de dependência das famílias que se veem forçosamente condicionada a quase que, permanentemente serem pedintes na organização da estrutura social, condição corroborada pela forma com age o estado brasileiro, governos estaduais e os municípios.
A educação espiritual é importante e pode contribuir de forma expressiva para que ocorra o respeito recíproco entre cada indivíduo na sociedade, independente do credo a ser seguido. Precisamos superar as barreiras das indiferenças de acreditar que, uma religião é superior ou melhor que a outra. Cada um deve optar por onde se sente melhor, e mais à vontade para buscar o seu desenvolvimento espiritual.
Crédito de imagens: www.espiritascaminhodobem.wordspress.com
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