top of page

A crença na luz no fim do tunel

  • Foto do escritor: José Alberto Tostes
    José Alberto Tostes
  • 27 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

É comum na literatura em geral conhecermos expressões que fazem parte de nosso cotidiano, muitas dessas expressões são tão utilizadas que mal nos damos conta da influência psicológica e moral sobre nós. A luz no fim do túnel pode ter um duplo sentido se avaliarmos que, o primeiro seria vinculado a imensa crença no fortalecimento de uma solução ou alternativa para uma situação bem adversa.

E a segunda opção significaria em um sentido mais espiritual onde as adversidades são inúmeras pela situação que se apresenta, pois como se vislumbra materialmente no mundo real. O túnel é um lugar escuro, há uma infinidade de dúvidas para atravessá-lo, o que buscamos é visualizar a luz, se for dia, ou se for noite. No campo espiritual, é quando estamos em conflito, ou atravessando uma tempestade de infortúnios, como doenças, desemprego, calamidades, etc, e estamos recebendo algo maravilhoso, então, vendo uma luz no fim do túnel, a escuridão, o medo, e tudo que nos aflige vai ficando para trás.

Muitos estudiosos e centros de pesquisa por vários lugares do mundo tem estudado os desdobramentos diversos do comportamento do ser humano. Uma equipe de cientistas liderada pelo neurologista belga Steven Laureys coletou os dados de mais de 400 pessoas que viveram experiências próximas da morte.

O objetivo era comparar os relatos e tentar explicar biologicamente os estranhos fenômenos experimentados. As informações obtidas com a pesquisa são surpreendentes, já que todos os participantes descreveram cenários parecidos: observam seu corpo de cima, um túnel escuro com uma luz muito poderosa no final e são visitados por entes queridos já falecidos. O neurocientista acredita que essas experiências são causadas pelo aumento da atividade cerebral que ocorre quando o coração para de bater. Experimentos anteriores realizados com ratos moribundos já haviam indicado que o trabalho neuronal cresce consideravelmente nos instantes prévios à morte, especialmente no músculo temporoparietal. Durante esse tempo, foi verificado também um crescimento notável da frequência das ondas gama, as mesmas detectadas no mapeamento cerebral de um monge em estado de meditação.

Segundo Laureys, o cérebro humano é o responsável pelas visões impactantes e pelas sensações narradas pelas pessoas que estiverem à beira da morte. Isso explicaria as semelhanças encontradas em indivíduos de culturas completamente diversas na hora de descrever o contato com a morte. (https://seuhistory.com/noticias/luz-no-fim-do-tunel-mito-ou-prova-da-existência). É importante salientar que a crença na vida eterna é antiga. No Upanishad, nome genérico das antigas escrituras sagradas do hinduísmo indiano, Yama, o deus da morte, respondendo a indagação de um jovem para que explicasse o mistério supremo, reponde: ´´ O espirito que sabe nunca nasce nem morre. Não surgiu de coisa alguma e nada surgiu dele. É eterno, primordial e não perece com o corpo-do-além). Há uma literatura expressiva sobre o tema em diversas crenças religiosas. Portanto, a religião explica a crença da existência e seus desdobramentos, já a ciência mostra o que ocorre com o corpo físico em diferentes situações de adversidades.

Existem múltiplas interpretações para os diferentes estágios na crença na vida pós-morte, bem como das análises sobre os condicionantes que interferem cada vez mais no nosso cotidiano. Segundo Jussara Moraes (2004) às vezes parece que o mundo está de pernas para o ar. Há um bombardeio de informações e notícias que chegam à sociedade a cada instante, seja por meio do rádio, da televisão, de revistas ou da Internet, a violência, os atos de corrupção, os sequestros, os crimes com requintes de crueldade ganham cada vez mais destaque. A educação recebida dos pais e das escolas, os valores como ética, moral e caráter, a religião, a solidez do casamento e da família, estão perdendo espaço para novas formas de comportamento regidas por leis do mercado, do consumo e do espetáculo.

Vive-se numa época de grande barbárie e de pouca solidariedade. São tempos de alta competitividade guiados pela lógica da acumulação de bens e das aparências. Em nome dessa nova ideologia, os indivíduos se permitem agir passando por cima de valores que sequer chegaram a formar. O que importa é ser reconhecido, ser admirado, ter acesso a uma infinidade de produtos e serviços e usufruir o máximo do prazer (MORAES,2004).

Mirian Goldberg citada por Moraes (2004) admite, porém, que esta preocupação com o “eu” tem gerado problemas novos, como a extrema preocupação com o corpo e sua perfeição, com o prazer e estimulando um consumo compulsivo de coisas e pessoas. As ideias expostas por Moraes evidenciam que há uma explosão de coisas que ocorrem ao mesmo tempo, efetivamente é mais complexo processar tudo de uma vez só, o que exige o fortalecimento do caráter espiritual de cada um, que basicamente parece não combinar com a rota intensa dos novos compromissos assumidos perante a uma nova realidade, que exige eficiência permanente, todavia, não trata de resolver as enfermidades da alma que afetam diretamente a esse novo cenário. Por isso que a luz no fim do túnel parece ser tão difícil para a grande maioria.

E o que fazer, quando a única esperança que se tem, é a última luz que brilha no fundo de um túnel? Parece que o tempo está acabando. Ensejamos por uma pessoa melhor, mas nunca contribuímos para que tal fato ocorra. Se você jura acreditar na vida, esqueças as tristezas, o mundo e suas coisas corruptíveis. Abrace o bem, perdoe. Se você ousar acreditar que é difícil viver a vida não é impossível, verás que há sempre um tempo de recomeço. (SANTOS, https://pensador.com/luz_ao _fundo_do_tunel/).

Nesses dias em que estamos isolados socialmente, cabe pensar sobre tudo isso e principalmente pela condição de mudança, que seja real e duradoura e não apenas fruto de um momento de adversida



 
 
 

Comments


96988010021

©2020 por Pensar é pura energia. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page