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A construção da educação de base espiritual

  • Foto do escritor: José Alberto Tostes
    José Alberto Tostes
  • 19 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Quando se fala em educação espiritual se pensa logo e de forma imediata em uma crença religiosa e seguir um corpo dogmático de uma doutrina, todavia, é preciso que cada ser tenha a liberdade de escolha, saiba para onde caminhar, e mais, conheça o que significa a condição espiritual. Em todas as crenças religiosas, há uma explicação para esse propósito.

Educação espiritual também não pode ser entendida como um estudo sistemático na escola de uma determinada crença ou doutrina. A essência de alguém está ligada ao desenvolvimento enquanto ser, onde a evolução e o progresso espiritual é o objetivo maior.

Um fenômeno interessante decorrente desse mundo global e planetário, sem dúvida, é a educação espiritual, algo fundamental no desenvolvimento do indivíduo, porém é preciso ressaltar que no contexto atual, diferente de um passado recente, de vinte a vinte cinco anos, não havia tantos mecanismos sedutores e presentes em nossa realidade que atraíssem a milhões de jovens em todo o planeta, de se envolverem facilmente em redes, jogos e outras banalidades. Seria simples, se fosse algo ocasional e passageiro, todavia, foram criadas pela rede mundial de computadores atrativos sedutores, e entre esses aspectos, destacam-se: a violência, sexo e sedução.

É expressivo o número de jovens com problemas depressivos, anomalias graves de comportamento e conduta, muitos desses jovens, com frágeis bases familiares, acreditam que a única alternativa seja o suicídio. No Brasil, é alarmante o número de suicídios de jovens entre 15 a 30 anos. Os órgãos oficiais têm dado conta que, muitos fatores têm contribuído para esse fim, entre os diversos motivos, estão o vazio existencial, famílias desestruturadas, sem pai ou mãe, questões de debilidades financeiras e econômicas, fraquezas para lidar diante de tantas responsabilidades com idades muito jovens

O mapa da violência no Brasil publicado no final do ano de 2017, atesta em uma pesquisa realizada por ONGs. Que um elevado percentual de jovens brasileiros não frequentam ou não participam de nenhum movimento, associação ou entidade com fins religiosos, entre os motivos verificados, estão exatamente à falta de compreensão do real significado sobre a necessidade de cuidar da parte espiritual, portanto, o indivíduo acredita que o sofrimento é apenas uma prova material, sendo assim, se sente injustiçado no conjunto da sociedade.

Esse fato, mostra o quanto à família é importante na base de formação do indivíduo, entretanto, os jovens de hoje, diferentemente do passado, não aceitam mais imposições religiosas de qualquer que seja a crença, fato esse, que tem sido preponderante para os números trágicos no Brasil. Aqui destaco, que para se ter uma educação espiritual, necessariamente você não precisa ser um seguidor de uma religião, mas ser uma pessoa que tenha fé, acredite em Deus e trilhe no caminho do bem.

Com o advento das redes sociais e outros mecanismos de interação, a realidade virtual ganhou um protagonismo avassalador em relação à realidade do mundo real, não é à toa, as múltiplas dificuldades dos pais para disciplinarem os seus filhos com relação a todo tipo de adversidade que existem nas redes sociais. Nesse sentido, a escola que no passado já exerceu um papel relevante se tornou um espaço secundário, quando se trata de participar efetivamente da construção coletiva e social.

A questão da educação espiritual não pode ser resumida a divulgação de uma crença ou a preponderância de uma doutrina, deve estar relacionada ao entendimento do que significa na vida de cada um, o desenvolvimento e aperfeiçoamento de natureza espiritual.

Outro fator pesquisado no Brasil, de acordo com organismos internacionais é que a maior parte do trabalho social realizado, é puramente assistencialista, o que contribui para a condição de dependência das famílias, que se veem forçosamente condicionada a quase que permanentemente a serem pedintes na organização da estrutura social, fato que é corroborado pela forma com age o estado brasileiro através da União, governos estaduais e os municípios.

A educação espiritual é importante e pode contribuir de forma expressiva para que ocorra o respeito recíproco entre cada indivíduo na sociedade, independente do credo a ser seguido. Precisamos superar as barreiras das indiferenças, de acreditar que uma religião seja superior ou melhor que a outra. Cada um, deve optar por onde se sente melhor, e mais à vontade para buscar o seu desenvolvimento espiritual.

Um dos pilares do processo de formação do sujeito é a leitura, a produção do conhecimento ainda é algo fundamental nesse trajeto, com o advento das tecnologias e os dispositivos moveis, a construção desse conhecimento vai ficando cada vez mais fragmentado, tendência sempre é a busca por coisas rápidas, deixando de lado as questões que supostamente são mais demoradas.

Sobre esse episódio, lembrei-me de um aluno na universidade, certa vez perguntei a ele, quantos livros havia lido em toda a su trajetória, e ele respondeu que até o final do ensino médio, havia lido dois livros completos, isso porque era uma exigência naquele momento, mas que livre e espontânea vontade somente na universidade passou a entender essa necessidade, a conversa continuou e afirmei para ele o seguinte: “ só o conhecimento transforma o mundo”.

Os últimos trinta anos, criou-se uma anomalia, é raro, você vê um médico, por exemplo, preocupado em entender da cultura e de questões sociais e econômicas, assim como, outros segmentos, a leitura se concentra quase 100% na área de formação. O mundo global está nos mostrando que, não pode mais ser mais assim, estamos diante de uma vida sistêmica como dizia Fritjot Capra (1982) no Livro: “ Ponto de Mutação”.

As questões espirituais não estão na escala de aprendizado da maior parte da população, que se vê completamente envolvida por questões materialistas, deixando para cuidar do espírito somente por um acaso do destino, pela dor ou pelo sofrimento. Na condição de espírita, sempre me reservei em tentar falar para alguém da necessidade de valorizar a condição espiritual, para isso Deus nos deu o Livre-arbítrio para seguir. A educação espiritual concretamente começa com o próprio sujeito, quando sente a necessidade de avançar na compreensão de causas maiores. É importante nesse apoio, a leitura da Ciência e da Filosofia. Uma religião, só terá sentido na vida de alguém, se os sentimentos interiores que movem essa pessoa forem baseados em princípios morais consistentes.




Crédito de imagens: www.portaser.org

 
 
 

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